Só OABservando...

O cara que imaginou a estratégia de marketing da campanha para presidente da OAB não poderia ter sido mais traído pelo inconsciente. Estou falando das fotos estampadas nos cartazes e plotagens em automóveis onde alguns candidatos aparecem numa enigmática pose, ou de mãos nos bolsos ou de braços cruzados, ao verdadeiro estilo Monalisa.

Definitivamente, os braços cruzados são o símbolo da OAB.

Aproveitando as comemorações dos 100 anos de Luiz Gonzaga, comparo a OAB com os dançarinos de xaxado, o ritmo que se caracteriza por aquele vai-não-vai, a chinela arrastando no chão e as mãos nos quartos, como se diz por aqui. Pela disputa acirrada da campanha deste ano, o negócio parece que tá bom demais, pois “quem tá fora quer entrar, mas quem tá dentro não sai”.

É só ver pelo rumor de apoios de políticos experientes, senadores da República, aos representantes das chapas em disputa. Segundo Ricardo Mota, em seu blog (blog.tnh1.ne10.uol.com.br/ricardomota/2012/10/30/os-tres-senadores-alagoanos-e-a-eleicao-da-oab/), enquanto Collor estaria apoiando Thiago, Benedito de Lira estaria apoiando meu xará Brabo.

Ora, vamos e venhamos. Independentemente da veracidade desses apoios, é uma maldade associar a imagem de nossos colegas candidatos com os políticos que supostamente os apoiariam. Não estamos numa campanha para vereador. A idiocracia não chegou à OAB. Todos são candidatos respeitáveis. Para ficar apenas nos aqui citados, Thiago Bonfim é advogado, professor de Direito Constitucional, doutorando em Coimbra; Marcelo Brabo também é um renomado advogado, profissional de excelência notória. Temos até os candidatos que superaram as “pocilgas” para, com espírito de nobreza, estarem hoje onde estão.

Enquanto os senadores... Esquece.

Mas, admita-se que os apoios sejam verdadeiros. Quem negaria apoio em campanha? Numa disputa como essa, voto não se qualifica. O que importa é a responsabilidade na gestão, uma vez vitorioso na eleição. Que o voto venha dos conhecedores da integridade de um Bonfim ou de um Brabo, ou dos partidários de Collor ou do Benedito, apenas estaríamos diante de uma candidatura que agradaria a gregos e otários, digo, troianos. Mas, e daí?

Bem, o que preocupa são os compromissos assumidos. Mas, aqui, retornaríamos à questão dos braços cruzados. Eu mesmo estarei à disposição de qualquer perfil ideológico de OAB que resulte dessas eleições, desde que seja para esticar os braços e arregaçar as mangas em prol dos advogados. Veja bem: dos ADVOGADOS.

Você acha que eu estou em cima do muro?

É que eu sou pequeno, só consigo OABservar as coisas daqui de cima.